A Petrobras deve anunciar ainda neste ano a recompra total da antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, privatizada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2021. Rebatizada de Refinaria de Mataripe, a fábrica de combustíveis pertence atualmente ao fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos.
A recompra da refinaria entrou na pauta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no ano passado. Petroleiros que trabalharam pela eleição de Lula sempre reivindicaram a reestatização do ativo por conta de sua importância regional e para a economia nacional como um todo.
O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), defendeu publicamente a recompra ainda no ano passado. A Petrobras anunciou em dezembro que recebeu uma proposta oficial para negociação do ativo, a qual passou a ser avaliada.
Sob anonimato, fontes da Bahia que acompanham essa discussão disseram que é mais provável que a Petrobras recompre toda a refinaria, reassumindo completamente o papel que tinha sobre o ativo após um período de transição que deve durar entre seis meses e um ano.
Dentro da Petrobras e do próprio governo, cogitou-se a possibilidade de a estatal dividir com o Mubadala a administração da antiga Rlam. Isso, contudo, está cada vez mais fora dos planos também por vontade do Mubadala, que não pretende se associar com a Petrobras nesse negócio especificamente.
O fundo dos Emirados Árabes, que criou uma empresa para administrar a refinaria – a Acelen –, pode virar sócio da Petrobras num projeto de energia renovável completamente novo.
Oficialmente, a Petrobras não divulga informações sobre o andamento das negociações. A Acelen, do Mubadala, não comenta o assunto.
Brasil de Fato: Edição Felipe Mendes